28 de mai. de 2007

Aguarda o sopro

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Aguarda o sopro
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Vem comigo, amigo poeta,
Repousa aqui neste galho...
Não te apresses, meu pateta,
Poema bom dá trabalho...
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Antonio Lázaro de Almeida Prado
(Do livro: Arte Poética para Passarinhos )
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Trinado novo

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Trinado novo

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Nunca esperes obra prima
Em trinado de improviso
Na garganta brota a rima,
Que requer sopro e o... siso...

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Antonio Lázaro de Almeida Prado

(Do livro: Arte Poética para Passarinhos )
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Lição de sonho

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Lição de sonho
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Aprende comigo, amigo
A vencer tortura e dor:
É sempre assim que consigo
Ser real e sonhador...
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Antonio Lázaro de Almeida Prado
(Do livro: Arte Poética para Passarinhos )
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Sem rancores

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Sem rancores
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Guardas rancores na alma?
Teu cantar será viciado!
É do recesso da calma
Que o canto surge apurado...
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Antonio Lázaro de Almeida Prado
(Do livro: Arte Poética para Passarinhos )
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27 de mai. de 2007

Poeminhas insensatos (1)

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Frida Kahlo
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DA TRISTE REALIDADE
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este mesmo coração
irresponsável
que se desmantela
em batidas
por ti,
um dia vai deixar
de bater
por mim.
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Ademir Antonio Bacca
do livro: “Inventário de Emoções”.

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Poeminhas insensatos (2)

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Edvard Munch
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DA REALIDADE
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na partilha
das minhas mágoas
não apareceu viv'alma
interessada
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Ademir Antonio Bacca
do livro: “Inventário de Emoções”
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26 de mai. de 2007

Poeminhas insensatos (3)

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John Halaka

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DOS CUIDADOS


há coisas

do coração

que a gente sente

e não explica


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o infarto

por exemplo


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Ademir Antonio Bacca

do livro: “Inventário de Emoções”


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22 de mai. de 2007

Metamorfose

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Metamorfose
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o olhar da menina
passou pelo pai
passou pela mãe
pela luz do abajur
e se perdeu
no emaranhado de plantas
do fundo do aquário.
Agora, ela é peixe ...
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Leonor Cordeiro
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Meus rabiscos...

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Pintura de Rodolfo Morales

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estrelinhas de cetim
na colcha de retalhos,
a bordadeira fez o céu com as mãos..
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Leonor Cordeiro

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15 de mai. de 2007

Antoine Saint-Exupery

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Aqueles que passam por nós,
não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.
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Antoine de Saint-Exupéry

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13 de mai. de 2007

Minha mãe

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Da pátria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor:
— Minha Mãe! —
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Nas horas caladas das noites d’estio
Sentado sozinho co’a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chamava
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —
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No berço, pendente dos ramos floridos
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
— Minha Mãe! —
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De noite, alta noite, quando eu já dormia
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
— Minha Mãe! —
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Feliz o bom filho que pode contente
Na casa paterna de noite e de dia
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia!
— Uma Mãe! —
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Por isso eu agora na terra do exílio,
Sentado sozinho co’a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —
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Casimiro de Abreu

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