Mas que sei eu
.
Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
.
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
.
Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
.
qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
.
Ruy Belo
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Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
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Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
.
Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
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qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
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Ruy Belo
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14 comentários:
Mas o que sabemos nós de nossas próprias estações?
lindo como todos, Leonor!
Ao nascermos, é a primavera que eclode em seus perfumes e cores. Tudo é festa. A pele é viçosa. Cabelos e olhos brilham, o sorriso é fácil. Tudo traduz esperança e alegria.
A juventude corresponde ao auge do verão. Estação de calor e beleza, abençoada pelas chuvas ocasionais. O sol aquece as almas, renovam-se as promessas.
Uma olhada ao espelho nos mostra rugas, os cabelos que começam a embranquecer, mas também aponta a mente trabalhada pela maturidade, a conquista de uma visão mais completa sobre a existência. É a chegada do outono.
Enfim, um dia chega o inverno. A mais inquietante das estações. Muitos temem o inverno, como temem a velhice. É que esquecem a beleza misteriosa das paisagens cobertas de neve.
Mas lembre-se que após o inverno surge novamente a primavera. E tudo recomeça.
beijos
Muito lindo, as folhagens, tenho fascínio pela observância delas...
E como é amplo o conceito em nós, em comparativas estações em nossas vidas
Bjs e um lindo dia pra ti
Só sei que nada sei(ou +/- isso)(Socrates)
Obrigado por nos brindar com esse belo soneto de rimas ricas, para lembrar que na danças das estações vamos aprendendo...aprendendo...
Parabéns pela escolha.
Cara Leonor,gostei muito de seu blog.Sou um escritor e blogueiro iniciante.Se você pudesse dar uma olhada no meu blog,eu agradeceria muito.Obrigado e parabéns.james
Oi Leonor!Gostei dos versos,e é verdade,o que sabemos nós da vida?Muito pouco...
Linda a poesia e a foto. Bom final de semana. Bjks
A saúde debilitada de meus pais, ele internado no hospital onde foi amputado a uma perna, ela em casa, mas totalmente dependente, teem-me impedido de visitar os amigos virtuais e reais.
Um abraço e uma boa semana
Ruy merece bem esta homenagem.
Beijoca
Leonor,
desculpe mas não tem nada a ver com este post...
Só pra te dizer que você vai receber um selo lá no meu blog amanhã cedo.
Abraço,
Para André:
Fui ao Google procurar o que era "coxa branca" rsrsrrsrs....
Obrigada pelo meme, vou tentar fazer algumas confissões.
Grande abraço!
Para Sabrina:
Sabemos muito pouco...
bjs!!!
Para Sônia:
As estações da nossa vida são abundantes e surpreendentes...
Grande abraço!
Para Chris:
Obrigada pelo carinho.
Mil beijinhos!!!!
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