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Falar do trigo e não dizer
o joio. Percorrer
em voo raso os campos
sem pousar
os pés no chão. Abrir
um fruto e sentir
no ar o cheiro
a alfazema. Pequenas coisas,
dirás, que nada
significam perante
esta outra, maior: dizer
o indizível. Ou esta:
entrar sem bússola
na floresta e não perder
o rumo. Ou essa outra, maior
que todas e cujo
nome por precaução
omites. Que é preciso,
às vezes,
não acordar o silêncio.
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Albano Martins
in Escrito a vermelho.Campo das Letras, 1999
(Foto de Marc Ferrez)
7 comentários:
pequenas grandiosidades, é preciso estar desperto. abraço
As pequenas coisas são de fato as maiores da vida!
bjs
Bonito poema.
Pequenas ou grandes são as coisas que compõem nossa vida sensivel.
Gosto quando aparece.
beijos
É preciso escutar as coisas,
É preciso escutar o silêncio.
Entra-se no êxtase da poesia,
Vê-se a face de Deus.
Um grande abraço.
De pequeno se faz grande.
Beijo.
Pequenas coisas, grandes sonhos... Lindos versos!!!
Beijos meus!!
Em toda uma imensidão há divisões... Quer no olhar, no ser, no ter, etc... O que não se mensura, é a humildade do fazer essas pequenas coisas.
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