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"A poesia não me pede propriamente uma especialização pois a sua arte é a arte do ser. Também não é tempo ou trabalho o que a poesia me pede. Nem me pede uma ciência, nem uma estética, nem uma teoria. Pede-me antes a inteireza do meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade mais pura do que aquela que eu posso controlar. Pede-me uma intransigência sem lacuna. Pede-me que arranque da minha vida que se quebra, gasta, corrompe e dilui uma túnica sem costura. Pede-me que viva atenta como uma antena, pede-me que viva sempre, que nunca durma, que nunca me esqueça. Pede-me uma obstinação sem tréguas, densa e compacta..."
Sophia de Mello Breyner
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6 comentários:
Ahh... Sophia!!
Ela e suas palavras sábias...
Querida, pode ficar a vontade em pegar os versos, ficarei muito honrada em ver minhas simples palavras enfeitando seu lindo blog... =D
Beijos querida!
"A solidão da poesia e do sonho tira-nos da nossa desoladora solidão"
Beijo e bom fim de semana.
a poesia pede e às vezes ordena,
abraço
Lindo post... a poesia sendo no dentro des sentidos.
até
penso que a poesia pede uma busca incessante, e um estado poético permanente.
Beijo.
Belo texto!
Guarda semelhanças, em espírito, com o pensar-sentir que informa o conceito de "do"/caminho entre os orientais: o objetivo é attingir a "arte sem arte", quando o artista não mais necessita de qualquer instrumento [palavra, pincel etc] para "fazer arte" e passa a "viver arte"...
Abraços, bons caminhos...
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