Jean Sebastien Monzani
.
.. São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
.
Eugénio de Andrade
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
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Eugénio de Andrade
(De Coração do Dia )
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9 comentários:
Lindas palavras de poesia pura.
beijos
[sempre a palavra na essência do mundo, sempre o mundo como essência do coração]
um imenso abraço, Leonor
Leonardo B.
Eugénio de Andrade sabia das coisas - da poesia, das palavras.
Um grande abraço.
Seus poetas são pura primazia de ressonancia verbal,
abraço
Uau Leonor!
Que blog mais belo, adorei seu espaço, visitarei com frequência.
beijo da Marisa
Fiquei encantadíssima com sua poesia. Tua escrita, corta e remenda, pele e alma. Tua escrita, arrepia, quem lê.
BeijooO*
Palavras articuladas com essa leveza, encantam.
Um lindo domingo pra vc.
Beijos.
Não sabemos da alma senão da nossa;
As dos outros são olhares,
são gestos, são palavras,
com a suposição
de qualquer semelhança
no fundo.
Fernando Pessoa
Que delícia de palavras que gruda e abraça o meu coração!!
"barcos ou beijos,
as águas estremecem."
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