Terceiro dia...
DESEJOS VÃOS
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Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta a vastidão imensa!
Eu queria ser a pedra que não pensa,
A pedra do caminho rude e forte!
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Eu queria ser o Sol, a luz imensa,
O bom do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
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Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
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E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras… essas… pisa-as toda a gente! …
.Florbela Espanca
3 comentários:
Algum sofrimento sempre há aos olhos da poeta.
Que coisa mais linda...
Parabéns pelo blog!
Adorei a postagem. Amo Florbela!!
Bjs!
Lindo poema de Florbela, Leonor. Ótima escolha.
Me parece existir muita dor em Florbela, sempre... Além da desilusão de uma luta pela valorização de feminino, que nunca chega...
Obrigada por nos fazer pensar juntos.
Da nova seguidora - com muito prazer,
Andreia.
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