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Retrato
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Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
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Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
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Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?...
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Cecília Meireles
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(Imagens: pinturas de autoria de José Ulisses Gonzales Silva)
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3 comentários:
Oi, Leo. Lindíssimas as montagens sobre o Paulo Autran. Este poema da Cecília Meireles é genial. Parabéns, amiga.
Obrigada Eliane, grande abraço !
Leonor, temos paixões poéticas comuns. Uma delas, Cecília. Queria te mandar, de presente, umarquivo em mp3. Acho que você vai gostar. Como posso fazer isso?
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