12 de nov. de 2009

Nascimento do poema

Dora em sua residência - Fotografia de Edu Simões
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É preciso que venha de longe
do vento mais antigo
ou da morte
é preciso que venha impreciso
inesperado como a rosa
ou como o riso
o poema inecessário.
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É preciso que ferido de amor
entre pombos
ou nas mansas colinas
que o ódio afaga
ele venha
sob o látego da insônia
morto e preservado.
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E então desperta
para o rito da forma
lúcida
tranqüila:
senhor do duplo reino
coroado
de sóis e luas.
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Dora Ferreira da Silva

5 comentários:

...aquela que voa disse...

Impreciso. Inecessário. e Exato. Bjs :*

angela disse...

Que bonito Leonor!
beijos

José Carlos Brandão disse...

Acertou mais uma vez, Leonor: eu também amo a poesia da Dora Ferreira. Beijo.

Juℓi Ribeiro disse...

Leonor:

Que coisa mais linda!
Fiquei encantada...

Beijo.

Anônimo disse...

EncantaDORA !!!

Que bom passar por aqui.
Sinto-me passarinho alimentado com a beleza que escolhes para espalhar no teu espaço.
Polenizada de poesia!

Grata pela oportunidade de conhecer algo desta poetisa.

Um beijo.

Katyuscia.