28 de jun. de 2010

Quatro dias com Cassiano Ricardo...

Terceiro dia ...
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Wyeth Andrew .
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Imemorial.

Não fui quem sou, quando nasci.
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Nem sou quem sou, quando amo.
Nem quando sofro.
Porque coexisto. Porque a angústia
é uma herança.

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Só me aproximo de mim mesmo
quando fujo,
atravesso a fronteira,
ou me defendo, ou fico triste.

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Ou quando sinto a rosa
secreta e quente da vergonha
subir-me à face.

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O mar me bate à porta,
como um grito da origem.
Mas como descobrir
a onda imemorial que me trouxe?
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Cassiano Ricardo
in Um dia após o outro,1947
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6 comentários:

Unknown disse...

muito boa essa estada com Cassiano, redescobrindo e maravilhando,

abraço

Vitória disse...

Tenho recebido por mail as tuas postagens.Hoje tinha q vir aqui dizer-te por escrito como gostei da escolha do poema e da ilustração.Parabéns!
Beijinhos,
Vitória.

Unknown disse...

Genial.

Beijo.

Anônimo disse...

"O mar me bate à porta,
como um grito da origem."

Perfeito

Marcello Lopes disse...

Olá...

Tem selo para você no meu blog Alucinações Amorosas.

Beijos

Dalva M. Ferreira disse...

Recomendo MUITO você no facebook. Não há quem não te ame.