[76]
.
.
PARA ONDE vai a minha vida, e quem a leva?
Por que faço eu sempre o que não queria?
Que destino contínuo se passa em mim na treva?
Que destino contínuo se passa em mim na treva?
Que parte de mim, que eu desconheço, é que me guia?
.
Fernando Pessoa, Cancioneiro. Obra Poética, Editora Nova Aguilar, p.129
.
.
.
4 comentários:
Adoro Pessoa - ainda mais na pessoa de Álvaro de Campos.
Com as malas feitas e tudo a bordo
E nada mais a esperar da terra que deixamos
Já com os trajes moles característicos dos viajantes, debruçados da amurada
Adeus às afeições, e aos pensamentos domésticos, e às lareiras, e aos irmãos,
E enquanto se abre o espaço entre o navio lento e o cais
Gozemos uma grande esperança indefinida e arrepiada,
Uma trêmula sensação de futuro.
(...)
Para um dia de sol caramelado e sensações de ir e vir. Abraços meus...
Nossa! Me enxerguei nestes versos, falando comigo mesma...rsrsrs Bjs.outonais.
Gritante de verdade, a distância entre quem gostaríamos de ser e quem a vida nos tornou.
Ele sabia dizer as coisas, Fernando Pessoa e seus heterônimos...
Beijos.
Lunna, Renatinha e Maria Augusta,
Que prazer estar com vocês na companhia de Álvaro de Campos.
Vocês são especiais.
BJS!
Postar um comentário