7 de nov. de 2009

Josué Montello...



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3 de maio (1973)
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O esquecimento é uma forma de silêncio. De silêncio absoluto. Vem com o tempo, que nos rói a memória. Pode ser um bem, pode ser uma mal. Apaga tudo, reduzindo a escrita ao papel em branco, com a sua lição de humildade.
Por isso mesmo, todo escritor, no começo da vida literária, deveria fazer um estágio de velhas revistas. Ali, no volver de cada folha, há sempre à nossa espera uma lição a recolher. Quanto ruído inútil em torno de certos nomes e de certas obras!
Andei folheando, de ontem para hoje, uma coleção de Fon-fon, entre 1929 e 1934. Ninguém mais famoso do que Bastos Portela. Do que Martins Capistrano. Do que Mário Poppe. Este último, crítico literário. Todos mudos. E esquecidos. Todos. Nem um deles chegou até nós.
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Josué Montello - Diário Completo (Volume I), p.1253

8 comentários:

Unknown disse...

O esquecimento é a morte de tudo quanto vive no coração ...

Beijo.

angela disse...

A fama é na maioria vezes efêmera e a a vida da maioria das pessoas esta fadada ao esquecimento. Fere nossa vaidade, mas nos liberta o desejo.
Não se preocupe por não me visitar, quando puder vá que me dará prazer. Eu venho aqui por que gosto do que faz e continuarei vindo.
beijos

angela disse...

Leonor
Eu exclui mas o e-mail continuou aparecendo. A mensagem saiu, mas o endereço ficou, não sei como fazer.
beijos

Sonia Schmorantz disse...

A grande verdade é aquele ditado que diz que o que não é visto não é lembrado...talvez uma das nossas missões nesse mundo virtual, seja isso mesmo, resgatar...resgatar tudo de bom que já esteve nesse mundo!
beijos

...aquela que voa disse...

Lembrei da época da faculdade {de jornalismo}, quando analisávamos revistas antigas. Sempre gostei disso. Bjs :*

Sônia Brandão disse...

É, muitas vezes, uma forma dolorosa de silêncio.
bjs

Graça Pereira disse...

É triste ser esquecido.. até aqueles que "da lei da morte se foram libertando" se fala cada vez menos deles. Penso que há um esquecimento ou amnésia colectiva que convida a este silêncio nos homens, preocupados talvez em sobreviver. O mundo está a ficar triste, sem memórias para passar...
Um beijo carinhoso e uma boa semana
Graça

Tina disse...

Oi Leonor!

Ele era uma pessoa linda e especial. Convivi com ele/família por um tempo (vem do meu lado carioca) e deixou linda obra.

beijos,