A minha xícara de café é o resumo de todas as coisas que vi na fazenda e me vêm à memória apagada... Na minha memória anda um carro de bois a bater as porteiras da estrada... Na minha memória pousou um pinhé gritando: crapinhé! E passam uns homens que levam às costas jacás multicores com grãos de café. E piscam lá dentro, no fundo de meu coração, uns olhos negros de cabocla a olhar para mim com seu vestido de alecrim e pés no chão. E uma casinha cor de luar na tarde roxo-rosa... Um cuitelinho verde sussurrando enfiando o bico na catléia cor de sol que floriu no portão... E os fazendeiros, calculando a safra do espigão..."
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Cassiano Ricardo, Café Expresso
2 comentários:
texto muito bonito.
Beijo.
Assim se entende porque o café é tão gostoso.
Um abraço
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