16 de abr. de 2007

Entrevista com Eliana Martins

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OBRAS PUBLICADAS
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BATE BOCA NO CANTEIRO... A MINHOCA VIU PRIMEIRO - Ed. Vozes
A CAIXA – E. Loyola
CANÇÃO PARA CHAMAR O VENTO - (co-autoria c/ Rosana Rios), Ed. Moderna
BIDZIM - Ed. Vozes
UM PRESENTE ESPECIAL (versão e adaptação), JEJ Edit
A FESTA DOS URSINHOS - (versão e adaptação), JEJ Edit
ANIMAIS DA FAZENDA - (versão e adaptação), JEJ. Edit
FELIZ NATAL - (versão e adaptação), JEJ Edit.
O LIVRO DO BEBÊ - (versão e adaptação), JEJ Edit.
MEU LIVRO PARA COLORIR - (versão e adaptação), JEJ Edit.
NA ÉPOCA DOS DINOSSAUROS - (versão e adaptação), JEJ Edit.
UMA FESTA DE CHANUKA - (versão e adaptação), JEJ Edit.
UMA AVENTURA NO ESPAÇO - (versão e adaptação), JEJ Edit.
UMA TARDE NO CIRCO - (versão e adaptação), JEJ Edit.
GOL DE PLACA - (versão e adaptação), JEJ Edit.
A ARCA DE NOÉ - (versão e adaptação), JEJ Edit.
QUERO SER GRANDE - (versão e adaptação), JEJ Edit.
BOLA AO CESTO - (versão e adaptação), JEJ Edit.
MEU PRIMEIRO DIA DE AULA - (versão e adaptação), JEJ Edit.
MAMÃE GANSO - (versão e adaptação), JEJ Edit.
MINHA TERRA QUERIDA - (versão e adaptação), JEJ Edit.
FIQUE BOM LOGO! - (versão e adaptação), JEJ Edit.
A PEQUENA SEREIA - (versão e adaptação), JEJ Edit.
ALADIM - (versão e adaptação), JEJ Edit.
MICKEY - (versão e adaptação), JEJ Edit.
MINIE - (versão e adaptação), JEJ Edit.
O REI LEÃO - (versão e adaptação), JEJ.Edit.
O CORCUNDA DE NOTRE DAME - (versão e adaptação), JEJ Edit.
A BELA E A FERA - (versão e adaptação), JEJ Edit.
O MISTÉRIO DO DIAMANTE - (co-autoria c/ Rosana Rios), Quinteto
DO OUTRO LADO DO ARCO-ÍRIS - Ed. Paulinas
O ÚLTIMO PORTAL - (co-autoria c/ Rosana Rios), Companhia das Letras
UM E-MAIL EM VERMELHO - (co-autoria c/ Manuel Filho), Ed. Saraiva
O CAMINHO DAS PEDRAS - (co-autoria c/ Rosana Rios), Companhia das Letras
CARA DE BOLACHA - Ed. Scipione
ALÉM DO PORTÃO DA VILA - Edições SM
RECEITAS NOJENTAS - IDÉIAS BOLORENTAS - Ed. Melhoramentos
O MÃO DE VELUDO - Escala Educacional
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ENTREVISTA
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Onde você nasceu e como era a sua cidade?
Nasci na cidade de São Paulo, estado de São Paulo. Acho minha cidade linda até hoje; mas, quando eu era criança, São Paulo era mais calma, não passava tanto carro, não tinha tanto assalto, e a gente podia brincar na rua.
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Como foi a sua infância ?
Foi das mais gostosas possível. Vivi a minha infância na época em que se morava em casa com quintal. Na minha, havia uma goiabeira, uma mangueira e um, abacateiro; em cima do qual meus irmãos e eu fizemos uma plataforma de madeira para vigiar se não vinha algum animal feroz. (morávamos no bairro do Bixiga, centro de São Paulo). Também brinquei muito na rua; de roda, de pega-pega. Tomei banho de caixa-d´água (ou carro-pipa), que vinha lavar a rua, nos dias de feira. Brinquei muito de boneca, de fazer comidinha. Depois, todas as noites, ouvia histórias contadas pela minha mãe, meu pai ou dos meus avós. Foi bom demais!Como era a escola onde você estudou?A escola em que cursei as 4 primeiras séries, ou curso primário, como se chamava, naquela época, era de freiras. Lá, aprendi a respeitar as pessoas, a rezar, a acreditar nos dias melhores; além de ler e escrever, é claro. Era uma escola muito limpa. Tinha aula de bordado, de música (com instrumentos e tudo). Eu tocava piano na bandinha escolar; mas, de vez em quando, também entrava na percussão tocando coco.
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Quais eram os livros que você gostava de ler ?
Na época em que fui criança, não havia tantos livros de autores brasileiros como hoje. Eu li toda a coleção de Monteiro Lobato, e queria que minha avó comprasse um sítio que nem o da Dona Benta. Além do Lobato. Também li todos os livros do Francisco Marins; que falavam muito de folclore e vida no campo, que eu amo. Mas nas noites frias, no inverno de São Paulo, eu ouvia, bem cobertinha na minha cama, minha mãe contando os clássicos: A Bela Adormecida; Branca de Neve; O Gato de Botas; e tantas outras maravilhas. Mas, uma vez, minha mãe cpontou a vida da Joana D´Arc, e eu me matei de chorar porque a Joana tinha ido embora de casa e ficado longe dos pais.
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Quando você era criança, já sonhava em ser escritora?
Não. Nunca pensei me tornar escritora.Eu gostava de escrever, isso sim. Desde pequena escrevia versinhos, que dava de presente para a família e aos amigos. Também tinha um caderno cheio de histórias que eu inventava.Mas não imaginava ter a escrita como profissão.
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Quando você começou a escrever ?
Bem, eu estudei magistério e me especializaei em crianças com necessidades especiais. Fui trabalhar na AACD. Lá, comecei a criar histórias e teatrinhos, para conseguir passar noções básicas das matérias escolares para as crianças com dificuldade de aprendizado. Mas nunca publiquei nada disso. Só criava para meus alunos.Um belo dia...Deu a louca; entrei para um grupo de escritores chamado CELIJU. Ali, conheci pessoas que tenho por amigos até hoje. Incentivada por eles, criei uma história e mandei para uma editora. Eles gostaram e publicaram. Daí não parei mais.
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Qual foi o primeiro livro que você escreveu?
Foi um livro infantil chamado Bate-Boca no Canteiro, a Minhoca Viu Primeiro. Ele foi publicado pela editora Vozes.
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Por que você escreve?
Essa pergunta é muito interessante. Acho que escrevo primeiro para mim mesma, depois para o leitor.Vou explicar: a gente vai, sem querer, criando histórias na cabeça. A vida, as pessoas, as coisas, nada passa despercebido para o escritor. Uma hora, precisamos falar, pôr para fora tudo o que vimos, observamos, sentimos. Então escrevemos. As melhores histórias são as que escrevemos com o coração. Parece que o leitor percebe isso. Canso de receber e-mails e cartinhas de leitores dizendo terem sentido a mesma emoção que eu, ao ler determinado livro.
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Alguma história que você escreveu já aconteceu de verdade?
Como disse acima, em toda história que escrevemos há um pouco de verdade. Um rosto, um sentimento, um nome. Mas, particularmente, já escrevi três livros que contam histórias verdadeiras: Além do Portão da Vila (Edições SM), que fala um pouco da vida da minha mãe e dos meus avós; Receitas Nojentas, Idéias Bolorentas (Melhoramentos) que se baseou na Cecília, uma sobrinha minha. Breve, sairá um outro que conta a vida do amigo de um dos meus filhos. Qual o poema de Cecília Meireles que você mais gosta? Eu amo a Cecília Meireles! O poema que mais gosto é Motivo da Rosa. Muito lindo.
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O que você gostaria de falar para as crianças que freqüentam esse blog ?
Digo que leiam. Quem não sabe ler, que peça a alguém para contar. Quem sabe e não tem livro, que vá a uma biblioteca, peça livro emprestado. Leiam, crianças! Ler é viajar pelo campo, pelo céu, pelo mar, pelos sentimentos. Ler é conhecer o mundo sem sair de casa; sem passaporte; sem precisar de dinheiro. Ler é alçar o mais alto vôo e captar o mundo com a imaginação. Beijocas mil pra vocês! SMACK!
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Um comentário:

ELIANA_lia_MARIA disse...

Que coisa mais interessante: também me chamo Eliana Martins (tenho mais um nome e mais um sobrenome) e fiquei até assustada com a semelhança da nossa infância. Se eu não tivesse nascido no interior ia achar que tenho dupla personalidade... Eu tb subia nas árvores do quintal, estudei em colégio de freiras quando vim morar em São Paulo... Vou procurar ler os livros da minha xará.
Parabéns pra ela!