Gustav Klimt - Mother and Child
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O MUNDO NÃO É MATERNAL...
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É bom ter mãe quando se é criança, e também quando se é adulto. Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passamos fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu, não o nosso.
O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro. Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência e estoure o cartão de crédito. Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente. Não consegue enxergar através. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento. O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos para enfeitar a ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta. O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.
O mundo quer nosso voto, mas não quer atender nossas necessidades. O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára para nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego. Para o mundo, quem menos corre, voa. Quem não se comunica se trumbica. Quem com ferro fere com ferro será ferido. O mundo não quer saber de indivíduos, e sim, de slogans e estatísticas.
Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta, exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção. Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo. Mãe é de graça.
É bom ter mãe quando se é criança, e também quando se é adulto. Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passamos fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu, não o nosso.
O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro. Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência e estoure o cartão de crédito. Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente. Não consegue enxergar através. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento. O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos para enfeitar a ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta. O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.
O mundo quer nosso voto, mas não quer atender nossas necessidades. O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára para nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego. Para o mundo, quem menos corre, voa. Quem não se comunica se trumbica. Quem com ferro fere com ferro será ferido. O mundo não quer saber de indivíduos, e sim, de slogans e estatísticas.
Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta, exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção. Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo. Mãe é de graça.
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Martha Medeiros
11 comentários:
Leonor querida,
Muito obrigada por compartilhar comigo tão lindo texto.
Fiquei emocionada!
Ele fala tudo aquilo que queremos dizer.
Um maravilhoso Dia das Mães para você.
Linda foto da sua mãe!
Mãe nos sorri por toda a eternidade!
Beijos com muito carinho
Olá querida Leonor, a Martha estava inspirada quando escreveu esse belo texto, que descreve com perfeição os cuidados que as mães dispensam a seus filhos. Carinho esse, que não existe igual! Beijos e obrigada.
Feliz dia das mães para você!
Leonor, quando ao meu poeminha, você manda e desmanda lá no meu blog, querida. Pode publicá-lo sim, e muito obrigada pela colher de chá. De sopa!
Tenho um bocadinho de prosa também, no www.casosligeiros.blogspot.com
Beijão, conterrânea (MG)
Leonor, que texto inspirado descrevendo tão bem o carinho das mães. Espero que você tenha passado um lindo dia ontem.
Grande beijo.
minha querida!
que presente mais lindo!! vou acrescentar um ps na minha mensagem de mães do webD+.
um bj bem grande no coração!
Que lindo o texto. Todos os dias sinto saudades de minha mãe. Todos os dias tento ser mais forte que ela pra que ela fique bem. Adoro quando ela me diz assim: "minha filha"...jpá estou com os olhos cheio de lágrimas...amiga tudo o que você escreveu é lindo e as figuras também. Mexeram muito com minhas emoções Bjks.
Oi Leonor!
É verdade: mãe é de outro mundo. E é de graça. E é muito bom ter / ser mãe.
beijo grande e boa semana,
Cybele,
Concordo com você :"Mãe nos sorri por toda a eternidade!"
Compartilhar o texto com minhas amigas só me faz bem.
Grande abraço!
Madalena,
Obrigada pela lembrança, deixei um recado para a sua mamãe lá no seu blog.
Mil beijinhos!!!
Dalva,
Fico feliz com a sua autorização.Depois vou visitar esse outro espaço.
BJS!!
Maria Augusta,
Aqui foi só alegria, minha menina é um encanto, adora dias especiais.
Mil beijinhos!!!
Ana Laura,
Minha querida amiga secreta,que bom que você gostou . Depois vou passar no webD+.
Graaannnnnde abraço !
Roseana,
Fico imaginando a saudade que você deve sentir da sua mãe.
Também gostei D+ do texto da Martha. Sophia quando leu ficou toda emocionada .
Um caminhão de beijinhos e abraços para você !
Tina,
É isso mesmo !!!
Concordo plenamente!!!
Mil beijinhos!!
Cara.... Excepcional seu texto. Tece críticas clara à sociedade fora de casa, bem como enaltece a importância da figura materna na vida das pessoas.
Parabéns pelo texto
Olá Edmilson!
O texto é mesmo ótimo, mas não é meu, a autora é Martha Medeiros.
Obrigada pelo comentário, fico feliz por você ter gostado do texto.
Grande abraço!
Bom texto da Martha. Seu blog é só de homenagens aos poetas e autores que admira?
Um verdadeiro presente. Passeio acolhedor e espaço generoso.
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