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qual verso escreverei e com que rimas
e mágoa e dor iguais pisam por cima
se o sonho não resiste e a bailarina
quebrou o pé
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Centenas de versos se enfileiraram
na soleira da porta.
Minha dor impede
que as palavras
quebrem o silêncio
dando significado às coisas.
O reino da solidão se instalou.
Estranha maneira de sobreviver a peste.
Leonor Cordeiro
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Presente que recebi do querido poeta José Carlos Brandão :
Leonor, versifiquei à minha maneira os seus versos. Lembre-se que continuam seus. Este é um exercício de poetar, em solidariedade:
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Os versos são cordeiros à soleira da porta.
Convivo com a minha dor e o frio do silêncio.
Sou rei da solidão sem palavras, sem sentido.
Sou estranho a mim mesmo, mas, solerte, sobrevivo.
José Carlos Brandão
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